Laboratório de Autoria

17.11.09
Escrever para crianças é extraordinariamente difícil, principalmente para quem não convive com elas, como eu.

Participar do Laboratório de Autoria com o Escritor Celso Cisto, onde o foco era aprender a escrever para crianças, foi um dos maiores desafios deste ano para mim.

Como experiência de vida, foi muito gratificante; aprendi linguagem e técnicas diferentes, dinâmicas de grupos excêntricas, conheci pessoas interessantes.

Algumas, da Oficina Literária do Escritor Assis Brasil, da PUC; outras, alunas da FALE (Faculdade de Letras da PUC); e outras, vieram de fora, assim como eu.

Tive a oportunidade de conviver com uma colega admirável que é a Carolina Albuquerque, ela escreve de forma magnífica, aos meus olhos, que ainda estão aprendendo a ler como um "aprendiz" de escritor.

Sem falar nos delicados e poéticos contos da doce Camila Doval; e acompanhar o desabrochar de Miriam Coelho, que nos primeiros dias do Laboratório, não escrevia uma linha sequer e agora, é capaz de criar pequenos seres que causam grande impacto.

Ao Celso Sisto, meu sincero agradecimento, pela oportunidade de belíssima experiência, tu és especial demais, um presente de Deus para todos nós.

Aos colegas do Laboratório, um beijo no coração, cada um deixou sua marca registrada no meu; parabéns por cada palavra criada, por cada frase construída.

Amanhã, dia 18 de novembro é o Sarau dos Alunos do Laboratório de Autoria, vamos ler nossos contos!

Alguns são surpreendentes; os meus, devem ser dos piores da turma, mas para mim, o que importa é o sucesso de ter escrito alguma coisa para os bambinos!
=)




Muita Paz e muita Luz para todos.
Judith Riboni.
  

Dia do Professor

15.10.09
Durante toda a minha vida, tive o privilégio de ter aulas com excelentes professores, infelizmente, não lembro o nome de todos, mas lembro, o que aprendi com muitos.


Gostaria de fazer uma pequena homenagem, para cada um dos educadores, mestres e professores que marcaram minha vida; então, de uma forma singela e carinhosa, citarei apenas os atuais, do curso que estou participando.

Estes que citarei, são Mestres, Doutorandos, Doutores, Pós-Doutores, além de Escritores e Ilustradores muito conhecidos e famosos.
=)

No segundo semestre de 2008, iniciei o Curso Sequencial de Escrita Criativa na PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul); devido ao meu trabalho, fiz inscrição em apenas duas disciplinas, Escrita Criativa e Revisão Textual.

Era uma quinta-feira, 19h30, sentei e fiquei aguardando a chegada do professor. Um simpático senhor entrou pela porta nos desejando uma boa noite; ele se apresentou e nos entregou o programa da disciplina de Revisão Textual.

Professor Antônio Dalpicol. Foi o responsável por eu me apaixonar pelas letras. Com ele, tive a bela surpresa de descobrir que eu conhecia muito mais o português do que eu poderia imaginar. Amor pelo ofício de ensinar, carinho e respeito pelos alunos.

Foi um semestre em que aprendi a gostar muito do nosso idioma, aprendi quando usar esse ou este; aprendi que a gramática não é um monstro que fica escondido na estante, pronta para nos atacar no meio da noite.

Na mesma quinta-feira, que conheci o Professor Antônio, às 21h15 entrei em outra sala de aula à espera do professor de Escrita Criativa. Quando ele entrou, logo pensei “eu já vi esse rosto em algum lugar”, mas antes que eu lembrasse quem ele era, ouvi: “meu nome é Charles Kiefer”.

Meu queixo caiu, fiquei perplexa, pois eu realmente não sabia que o escritor era também professor. Mais chocada, fiquei com alguns colegas que ali estavam, simplesmente porque a disciplina era obrigatória para o currículo do curso.

Confesso que isso me deixou muito triste, como podem esses jovens não aproveitarem a rara oportunidade de ter aula com um brilhante escritor, além de magnífico professor. Certamente no futuro, lembrarão com pesar, a chance perdida.

Nunca esquecerei o dia em que o mestre Liefer escreveu no quadro PENTE; fiquei olhando, perplexa, aquele pequeno conjunto de letras, que, para mim, tinha o único significado de tentar melhorar a aparência de meus cabelos.

Quando ele esquematizou, formou-se o conjunto de elementos da narrativa ficcional que deram novo sentido à minha vida; e, percebi, naquele exato momento, que, ao contrário do que imaginava, eu não sabia escrever. Nada sabia sobre português.

Nesse mesmo semestre, Kiefer foi homenageado pela 54ª Feira do Livro de Porto Alegre, e como patrono, precisou se ausentar durante algumas aulas; tive a rara oportunidade de assistir aula com Luiz Antonio de Assis Brasil.

Ele nos orientou a escrevermos uma crônica, quando terminei, criei coragem e lhe pedi que lesse e desse seu parecer. Alguém é capaz de imaginar o que senti quando ele elogiou meu trabalho? Então, ele sugeriu que para melhorar eu poderia fazer algumas alterações.

Foi quase uma catarse!

Então, me dei conta que apesar de conhecer melhor o português, sabia escrever muito mal. Não imaginava como utilizar, da melhor forma, as palavras que conhecia e apreciava.

No primeiro semestre de 2009, na segunda-feira, reencontrei Charles Kiefer na disciplina Produção de Textos Poéticos; no primeiro dia de aula me desculpei dizendo “fora Mário Quintana, não costumo ler muita poesia”, eu imaginava que poesia era um conjunto de palavras que formavam rimas.

Foi nesse semestre que aprendi a ler, sentir e entender que as poesias não formam criadas apenas para apresentar um conjunto de rimas; até escrevi um projeto de poesia, obviamente, nada comparável com as maravilhas escritas por Ana Mariano, que tive o prazer de conhecer durante um dos Saraus dos Novos.

Na terça-feira, na disciplina Oficina de Criação Literária, novamente com Charles Kiefer. Um grupo de colegas, em sua grande maioria, muito interessados em aprender a escrever; descobri muito sobre mim, o professor e os colegas.

A oficina é quase um grupo de terapia, onde escrevemos e lemos nossos textos, aprendemos com nossos erros, ajudamos aos colegas com críticas, apoio, suporte e companheirismo.

Na quinta-feira, em Produção de Narrativas Ficcionais, tive o prazer de conhecer Ricardo Barberena, um tímido e brilhante professor. No primeiro dia de aula, fiquei apavorada, de cada dez palavras que ele mencionava, eu desconhecia nove.

Foi um semestre em que meu vocabulário multiplicou imensamente; uma turma pequena, colegas inteligentes, interessados, cultos; fiquei fascinada com a personagem Varka deTchekhov, com as palavras de Borges e por poder relembrar as maravilhas que eu amava desde a juventude escritas por POE.

Tive a oportunidade de conhecer Mario Benedetti, Ítalo Calvino, De Quincey, Mário Arregui, Elisa Lucinda e outros autores magníficos, porque esses mestres me indicaram o caminho a seguir. Eu li... Li muito. Devorei livros.

No segundo semestre de 2009, completamente envolvida em um novo projeto profissional, apenas uma disciplina: Texto e Gramática, na quinta-feira, 19h30, gosto das quintas na PUC, sempre belas surpresas.

No caminho para a sala de aula, observei vários cartazes “LABORATÓRIO DE AUTORIA - Escrevendo histórias para crianças - CELIN”; um cartaz é normal, mas quem conhece a FALE, há de concordar comigo que a cada esquina, da entrada até o CELIN, encontrar um cartaz, é muito!

Para quem não conhece a FALE (Faculdade de Letras da PUC), o CELIN (Centro de Referência para o Desenvolvimento da Linguagem), fica no segundo andar, na sala 223.

Minha sala de aula era ao lado do CELIN. Fiquei rindo em frente ao último cartaz e pensei “E agora, o que eu vou fazer?”. Bom, era quinta-feira e eu teria o fim de semana para resolver, o Laboratório de Autoria só começaria na segunda-feira.

Entrei na sala de aula, e logo o professor Gilberto Scarton chegou. Olhar sério, profundo e sincero, com bom humor nos ensinou a aprender a aprender. Com ele, estou aprendendo como desenvolver a competência textual, e percebi que a venho construindo desde que nasci.

Hoje, tive a oportunidade de agradecer pessoalmente, por ele estar ali nos dando aula, no dia que é dedicado aos professores. E que aula maravilhosa ele sabe conduzir.

Voltando à segunda-feira no início do semestre; lá estava eu no Laboratório de Autoria, reencontrando Celso Sisto, que tive o prazer de conhecer na semana de letras da FALE de 2008, em uma Oficina de Contadores de Histórias.

Ter a oportunidade de ser aluna de Celso Sisto é algo raro; ele é dinâmico, genialmente criativo, brilhante e contagiante. É impossível não se apaixonar por literatura infantil, enquanto se convive com Celso.

O carinho e amor com que ele ensina, a forma diferente que ele faz os “quebra-gelos”, as surpresas que ele traz em cada encontro; com ele estou aprendendo que criança, não é um adulto em miniatura e não gosta de “nhenhenhe”.


Queridos meus professores,

De Santa Maria, Erechim, Santa Rosa, da Universidade de Passo Fundo, da Unisinos e da PUC.

Agradeço a todos vocês pelo carinho que dão a cada aluno.
Agradeço à Deus por vocês teres escolhido este ofício.
Agradeço a oportunidade de ser aluna de vocês.
Um beijo em seus corações.

Muita Paz e muita Luz para todos.
Judy.

 

Culpa do sistema

11.10.09
Licenciamento e eventuais atrasos por conta de situações imprevistas e por vezes agradáveis. Ora vejam só, eu estava providenciando o licenciamento do meu novo carro – um chevete 73 azul royal – e tive a felicidade de encontrar uma amiga de infância.

Ficamos conversando e perdi a chamada do painel eletrônico, só percebi, quando minha amiga foi embora.

Me aproximei do guichê e com muita educação e simpatia, tentei argumentar que precisava da licença do carro para minha filha poder participar do concurso para a “rainha do chevete de ouro”, do clube do chevete.

A atendente me olhou da cabeça aos pés e disse:

– Senhora, quem perde a chamada do painel eletrônico não tem outra opção, precisa tirar outra ficha, pois o sistema não permite que entre com fichas anteriores ao número chamado.

– Mas eu estou aguardando há mais de três horas, se tirar outra ficha, quanto tempo ficarei aqui?

– Senhora, não posso fazer nada, eu lamento. Dê licença ao próximo.

Sai do guichê com muita raiva, me dirigi ao atendente que entrega as fichas e ele disse, com uma expressão de prazer em seu rosto:

– O sistema não permite que a mesma pessoa tire duas fichas no mesmo dia.

– O quê? – Perguntei incrédula.

– Sim, o sistema não permite que a pessoa retire duas fichas no mesmo dia.

Tentei me controlar, falei pausadamente para o jovem à minha frente:

– Meu jovem, entendo essas coisas “do sistema”, mas veja bem, como o sistema pode saber que eu já peguei uma ficha?

– Senhora, a câmera de vídeo, ela registra sua imagem e associa ao número que a senhora retirou.

– Muito bem, tu podes tirar uma ficha para mim então?

– Não senhora, eu lamento, mas o sistema não permite.

Fiquei enlouquecida, a beira da histeria, “o que fazer agora?”, pensei.

Procurei ao redor, um acompanhante, alguém que estivesse ali apenas fazendo companhia para outra pessoa. Me aproximei e após explicar a situação, a moça, que acompanhava seu namorado, se dispôs a fazer a gentileza para mim.

Após ela conversar com o atendente que distribuía as fichas, ela retornou dizendo.

– O sistema não permitiu.

 

Coluna no Bagete

4.10.09
O Baguete é um jornal digital especializado em TI (Tecnologia da Informação), sediado em Porto Alegre no Rio Grande do Sul.

Assino uma coluna semanal, onde entrevisto mulheres que atuam, direta ou indiretamente, nas mais diversas áreas da tecnologia.

Tento retratar cada convidada sob o ponto de vista técnico, profissional e pessoal, através da lente da sensibilidade.

A convidada da semana é Jussara Musse, Diretora do CPD da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), clique aqui para ler a matéria.

Muita Paz e Muita Luz para todos,
Judith Riboni.

 

Aprendendo a escrever

Tenho o privilégio de participar de uma das Oficinas Literárias do escritor Charles Kiefer, um dos maiores Mestres que já tive o prazer de conhecer.


Mário Quintana já dizia que aprendemos a escrever, lendo, assim como aprendemos a falar ouvindo.

Com Kiefer, aprendo a ler com os olhos de um escritor, para então mais tarde, aprender a escrever como um aprendiz.

Minha formação é na área da tecnologia, onde atuo há mais de vinte anos, meu hobby sempre foi ler e escrever.

Sejam bem vindos, aproveitem, deixem seus comentários, acessem meus blogs preferidos, leiam minha coluna no Baguete.


Muita Paz e Muita Luz para todos,
Judith Riboni.


 

Expectativas

7.9.09
Muitas...
Incontáveis...
Ansiosas...
O que dizer?
O que esperar?
Onde ficar?

Aqui.